Estou voltando com o corpo também
Enquanto enxugava as lágrimas, no aeroporto de Auckland, eu me prometia retornar em 3 anos. Veio a pandemia. A Nova Zelândia enfrentou-a com louvor, desde a mensagem antes do lockdown convocando a população a trocar telefones com seus vizinhos e "serem gentis", a atitude da primeira-ministra de reduzir o próprio salário para colaborar com os gastos novos para enfrentamento da crise, seguida pelos ministros e outros escalões, até o fechamento prolongado das fronteiras para impedir o retorno do vírus. Consequência: uma quantidade ínfima de mortes e... o adiamento dos meus planos.
Esse tempo já é passado, e estou novamente com aquela sensação de não caber em mim enquanto faço os últimos preparativos para retornar. Retornar com o corpo, porque o espírito sempre se recusou a se afastar de lá.
Já antecipo o convite Tiaki, estampado no trajeto de entrada para a imigração.
Sim, sim, sim! Eu prometo. Prometo proteger a natureza. Prometo manter a Nova Zelândia limpa. Prometo dirigir com cuidado. Prometo estar preparada. Prometo demonstrar respeito.
Prometo também, em meu benefício, deixar-me permear pela cultura de Respeito que tanto já me fascinou desde o primeiro dia, me transformou e sei que continuará transformando.
Após 4 anos retornando e retornando à Nova Zelândia em espírito, que dádiva contar os dias para mergulhar novamente de corpo e alma!